O caso envolve um indivíduo e uma empresa de Puno, que estão a ser investigados por supostas ligações com a extração ilegal de minerais e operações de exportação suspeitas A luta contra a extração ilegal de minerais ganhou novo impulso em Lima graças a uma recente medida judicial destinada a combater os ativos do crime organizado. A terceira procuradoria provincial de confisco de bens conseguiu apreender lingotes de ouro no valor de mais de 2 milhões de soles no âmbito de uma investigação sobre a origem ilegal desse mineral. Essa medida urgente foi autorizada pelas autoridades judiciais a pedido do procurador provincial Luis Aguirre Naupari. O metal precioso, com peso de 5,77 kg e valor econômico de cerca de S/ 2 003 713,92, foi identificado como propriedade de Araceli González e de uma empresa privada com sede em Puno, ambas sob investigação por suspeita de envolvimento na extração ilegal e comércio ilegal de ouro.
De acordo com a investigação patrimonial conduzida pela procuradora adjunta da província, Cecília Pérez Brenya, não foi apresentada à Administração Nacional de Alfândegas e Impostos (Sunat) nenhuma documentação que comprovasse a origem legal do mineral. Pelo contrário, a análise dos registos alfandegários revelou uma série de operações que confirmam a hipótese da procuradoria sobre a origem ilegal do ouro.
Esta medida cautelar faz parte das ações da Procuradoria para a Confiscação de Bens, que se dedica à recuperação de bens relacionados com crimes graves, tais como a exploração ilegal de minerais, o tráfico de drogas e a corrupção.
Sinais de exportação por intermediários
A terceira procuradoria provincial para a confiscação de bens conseguiu apreender um lingote de ouro doré no valor de mais de 2 milhões. A investigação revelou que, embora Araseli González não figure como exportadora direta de minerais, entre abril de 2024 e julho de 2025 foram identificadas 34 declarações aduaneiras de mercadorias (DAM) registadas em nome de 31 intermediários. Entre eles figura uma empresa privada, também incluída na investigação fiscal. Esses documentos totalizam 168,7 kg de ouro exportado, no valor de mais de 15 milhões de dólares. Os principais destinos das remessas foram a Índia e destinatários baseados nos Emirados Árabes Unidos, dois mercados que, nos últimos anos, receberam a maior parte das exportações de ouro de origem suspeita.

Devolução de ativos em favor do Estado
A Procuradoria para a Liquidação de Bens continua os procedimentos com o objetivo de reunir provas que permitam recuperar os ativos presumivelmente ligados ao crime. A Procuradoria salientou que as medidas de apreensão, como a apreensão de barras de ouro, são importantes para impedir os lucros das redes envolvidas na extração e comercialização ilegal de minerais. Além disso, essas ações fazem parte de um esforço contínuo para aumentar a rastreabilidade e o controlo da cadeia produtiva do ouro, desde a sua extração até a sua exportação do país.
Canais para denúncias de atividades ilegais
- Polícia Nacional do Peru (PNP): Através do número 105, disponível 24 horas por dia, os cidadãos podem comunicar diretamente quaisquer indícios ou atividades suspeitas relacionadas com a extração ilegal de minerais. Os agentes da polícia estão prontos para transmitir as informações recebidas às unidades especializadas e coordenar as ações no local do incidente.
- Ministério Público: As denúncias de crimes relacionados à extração ilegal de minerais podem ser feitas pessoalmente em qualquer procuradoria do país, especialmente na procuradoria especializada em questões ambientais (FEMA). Também está disponível a plataforma virtual https://denuncias.minp.gob.pe/, onde os cidadãos podem inserir detalhes, provas e o local do incidente. A FEMA é responsável pela investigação e pelo julgamento desses crimes ambientais.
- MINAM: O Ministério do Ambiente recebe consultas e denúncias sobre a exploração ilegal de minerais por e-mail atencion-ciudadania@minam.gob.pe. As denúncias recebidas são encaminhadas às autoridades competentes para investigação e controlo ambiental.
- Defesa Pública: Qualquer pessoa que detecte a exploração ilegal de minerais pode entrar em contacto com a Defesa Pública através do número gratuito 0800-15170 ou dirigir-se aos escritórios localizados em todo o país. A instituição dá recomendações sobre as medidas a tomar, garante a confidencialidade das informações e acompanha os casos junto das autoridades responsáveis.
