Escândalo na astronomia: o telescópio James Webb da NASA obtém a primeira imagem de um exoplaneta leve

O espaço é tão imenso quanto intrigante. Estrelas, planetas e buracos negros… nunca se sabe o que será descoberto, mas sempre dá origem a perguntas. Desta vez, o protagonista é o telescópio espacial James Webb, que captou pela primeira vez a imagem direta de um exoplaneta leve, o mais leve já observado com essa técnica.

O universo não para de surpreender. Cada avanço tecnológico nos aproxima um pouco mais de entender como se formam os sistemas planetários e qual o papel que os exoplanetas desempenham nesse processo. Graças ao telescópio James Webb, agora não só podemos observar mundos distantes, mas também ver como eles interagem com o seu ambiente, moldando discos de poeira e detritos com uma precisão que antes só podíamos imaginar. Este tipo de descobertas abre novas portas para a astrofísica moderna e redefine o que sabemos sobre a evolução planetária.

O planeta, batizado de TWA 7b, orbita uma estrela localizada a cerca de 110 anos-luz da Terra. Mas o mais curioso não é onde ele está ou o seu tamanho, mas o facto de estar envolto num disco de detritos cósmicos e poeira, em plena formação de um sistema planetário.

Descobrem um exoplaneta dentro de um disco de detritos

A descoberta, publicada esta semana na revista Nature e liderada pela astrónoma Anne-Marie Lagrange do Observatório de Paris, foi possível graças ao instrumento MIRI do James Webb, equipado com um coronógrafo que bloqueia a luz intensa da estrela para observar melhor o seu ambiente.

Conforme detalhado no artigo, a equipa utilizou essa tecnologia para observar o sistema «de cima», na orientação pole-on, o que facilitou a visualização dos anéis de poeira com uma nitidez sem precedentes.

Nessa imagem, apareceu uma fonte luminosa no meio de um anel estreito, rodeada por duas zonas quase vazias. Isso já era incomum. Mas as simulações confirmaram: apenas um planeta com características muito específicas poderia dar forma a essa estrutura tão precisa. O estudo indica que a massa estimada do planeta, próxima a um terço da de Júpiter, se encaixa perfeitamente na forma do anel e nas zonas vazias que o rodeiam.

Este exoplaneta tem uma massa semelhante à de Saturno, o que o torna o mais leve que já foi capturado em imagem direta.

Como é este novo exoplaneta?

Já foram descobertos planetas muito estranhos, mas este exoplaneta possui particularidades curiosas. O TWA 7b está muito longe da sua estrela, a cerca de 52 unidades astronómicas, mais ou menos a mesma distância que existe entre o Sol e a órbita de Plutão. Demora vários séculos a dar uma volta completa. Não é um planeta quente, mas sim frio, com uma temperatura que ronda os 47 graus acima de zero.

Os investigadores também avaliaram outras explicações possíveis para a fonte luminosa. Uma delas era que se tratava de uma galáxia distante, alinhada por acaso com o disco de poeira. No entanto, após analisar a probabilidade estatística e cruzar dados de outros observatórios, descartaram essa possibilidade, pois a probabilidade de ser uma galáxia de fundo localizada exatamente ali é de apenas 0,34%.

De acordo com as simulações por computador incluídas no estudo, o planeta não só existe, como é o responsável por esculpir o anel em que se encontra, criando uma zona de escassez de material à sua passagem. Como se fosse um satélite pastor abrindo caminho num disco de poeira.

Os investigadores acreditam que, com observações mais profundas do James Webb, será possível detetar corpos ainda menores (até um quarto da massa de Júpiter) a distâncias semelhantes.

Silvia/ author of the article

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