Thrifty Boutique em Chilliwack, Canadá, recebeu no ano passado uma doação invulgar: 11 anéis e dois medalhões que podem ter 1000 anos. Esses artefactos estão agora no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Simon Fraser, na cidade vizinha de Burnaby. Um grupo de arqueólogos se propôs a descobrir a origem desses objetos. «Na verdade, estamos a fazer o trabalho de detetives; estamos a tentar reconstruir a história desses objetos», diz Kara Tremain, arqueóloga da universidade.
Quando esses objetos chegaram à loja de artigos usados, eles não perceberam o seu valor. Eles até os colocaram à venda por 21 dólares, até que um arqueólogo os viu e recomendou que fossem levados aos especialistas em arqueologia da Universidade Simon Fraser. Inicialmente, a universidade não quis aceitar esses artefactos, pois eles não tinham a documentação adequada e poderiam ter sido roubados antes de chegarem à loja. Normalmente, nesse caso, é necessário saber a origem dos artefactos para que a pesquisa tenha valor para os estudantes e professores. Após um ano de discussões, eles decidiram aceitá-los e adicioná-los à coleção do museu, para que não fossem parar no mercado privado de antiguidades.
Origem desses artefatos
Sabrina Higgins, arqueóloga da universidade, observa que, a julgar pelos materiais e técnicas, esses artefatos datam do século IV ou V. Ela acredita que o seu local de origem se situa algures no território do antigo Império Romano Ocidental. Higgins está particularmente interessada no medalhão mais pequeno, uma vez que nele estão gravadas as letras gregas «CH» e a letra romana «RH», que juntas formam uma criptograma ou um símbolo de Cristo.
Os estudantes desta universidade começarão a estudar esses objetos no outono para aprender mais sobre eles, embora seja bem possível que sejam falsificações. «Será necessário pelo menos um semestre, se não mais, para determinar a origem desses artefactos», diz Higgins em seu comunicado. «Esta promete ser uma viagem fascinante para os estudantes».
