O ouro torna-se digital: a inteligência artificial abre uma nova era no setor dos metais preciosos

A combinação de tecnologias e ativos tradicionais redefine as estratégias de investimento globais Ao longo dos séculos, o ouro foi sinónimo de segurança. Era um ativo material, um refúgio contra a incerteza e um símbolo de valor eterno. Mas 2025 mostra que mesmo os metais mais antigos podem renascer: a inteligência artificial (IA) invade o mercado de metais preciosos, mudando a sua dinâmica e dando início ao que alguns especialistas chamam de «nova era do ouro».

Num ambiente financeiro caracterizado por inflação sustentada, tensões geopolíticas e volatilidade dos mercados, os investidores voltam a prestar atenção aos ativos confiáveis. No entanto, a grande diferença deste ciclo é a presença da IA, que já está a mudar a situação financeira. Graças a algoritmos de alta frequência, capazes de realizar transações em milésimos de segundos, a inteligência artificial aumenta a liquidez e reduz os custos operacionais do comércio de metais. Além disso, a sua capacidade de processar enormes volumes de dados permite detetar tendências e correlações anteriormente invisíveis ao olho humano, o que facilita a tomada de decisões de investimento mais informadas.

No entanto, a componente emocional continua a desempenhar um papel fundamental. Como lembra Daniel Marburger, diretor executivo da StoneX Bullion, «o ouro continua a ser o mais emocional de todos os ativos: reage à incerteza, e não apenas aos dados». Na sua opinião, embora os algoritmos ajudem a interpretar o mercado, o medo, a confiança e a fé continuam a ser os verdadeiros motores do valor do metal. Desde o início de 2025, o ouro subiu mais de 50% e está prestes a encerrar o seu melhor ano desde 1979. O metal precioso bateu recordes e ultrapassou os 4000 euros por onça, consolidando a sua posição como refúgio para valores, mesmo na era da tecnologia digital. E, por mais paradoxal que pareça, essa digitalização aumenta a sua atratividade: os investidores em tecnologia agora combinam ouro físico com ativos digitais, buscando encontrar um equilíbrio entre inovação e segurança tangível.

Mas a revolução não se limita aos algoritmos de investimento. A IA também garante a autenticidade do metal através de tecnologias de digitalização e imagem, capazes de analisar o peso, a composição e a superfície de lingotes ou moedas para detetar falsificações. Estas ferramentas reforçaram a confiança no mercado, historicamente vulnerável à fraude. Além disso, a tecnologia está a mudar o perfil do investidor. Aos consultores e gestores de ativos tradicionais juntam-se mulheres e jovens que encaram o ouro não apenas como um refúgio, mas também como um elemento estratégico de uma carteira diversificada. Neste novo ecossistema, a IA permite comprar, armazenar e negociar ouro em tempo real com total rastreabilidade, como destaca Marburger: «Os dados são a nova refinaria: eles transformam o ouro num ativo mais inteligente e globalmente conectado».

Silvia/ author of the article

O meu nome é Silvia. Escrevo artigos que o ajudarão na sua vida quotidiana. Eles ampliarão os seus conhecimentos e pouparão o seu tempo.

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